Tribunal marca julgamento de Dudu por ataque contra Leila Pereira

Publicado em: 19/06/2025


O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) marcou para a próxima segunda (16) o julgamento do jogador Dudu. O atacante, que hoje está no Atlético-MG, foi denunciado pela Procuradoria da corte por ofensas misóginas contra Leila Pereira, presidente do Palmeiras.

Um inquérito sobre o caso foi instaurado após a União Brasileira de Mulheres (UBM) apresentar uma Notícia de Infração Disciplinar contra o jogador no STJD. ídolo no Palmeiras, Dudu e Leila trocaram farpas no início do ano. Durante um evento, a dirigente disse que o atacante deixou o clube “pela porta dos fundos”. Dudu rebateu a fala nas redes sociais, compartilhando uma foto ao lado das taças que ganhou pelo Palmeiras com a legenda: “O caminhão estava pesado, e mandaram eu sair pela porta dos fundos!”.

“Minha história foi gigante e sincera, diferente da sua sra @leilapereira. Me esquece. VTNC [vai tomar no c…I”, escreveu ainda.

Em outra publicação, ele disse que Leila nunca teve coragem de “falar na lata” com ele. “Parem de ficar puxando saco dessa pessoa porque o que ela fala pelo microfone não é nada disso.

#FalsaMaisQueNotaDe2Reais. [.] Todo mundo sabe como ela chegou a ser presidente do Palmeiras, ainda vou poder falar tudo que penso dessa presidente” , escreveu.

A Procuradoria do STJD pede a condenação do atleta no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, por praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência. A pena prevista é de suspensão de cinco a dez partidas, além de multa que pode variar de R$ 100 a R$ 100 mil.

Durante o inquérito, a auditora Mariana Barreiras ouviu Leila, mas Dudu preferiu ficar em silêncio.

Após a análise da documentação, a Procuradoria ofereceu a denúncia contra o atleta e afirmou que a conduta dele “é revestida de inaceitável misoginia, na medida em que busca depreciar a trajetória profissional e a credibilidade de Leila Pereira, única presidente mulher de um clube de futebol de primeira divisão no Brasil”. A União Brasileira de Mulheres planeja fazer uma manifestação em frente ao STJD no dia do julgamento.

“É necessário que a misoginia seja repudiada em todos os espaços. Não podemos admitir que mulheres continuem a ser violentadas no cumprimento de sua profissão e não combater essa situação passa a ser a ser permissivo”, afirma Vanja Andrea dos Santos, membro da direção nacional da UBM.

A entidade é representada pelos advogados Carlos Nicodemos, Maria Fernanda Fernandes e Karina Guimarães.


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