Está marcada para esta terça-feira uma audiência de conciliação entre Silvio Almeida e o ex-diretor do Ministério dos Direitos Humanos Leonardo Pinho, que acusou o ex-ministro de assédio moral. O reencontro está previsto para a parte da tarde, por videoconferência.
A audiência foi proposta pelo Ministério Público do Distrito Federal em ação ajuizada por Almeida contra Pinho por suposta calúnia e difamação.
Na queixa-crime, o ex-ministro de Lula se diz vítima de falsas acusações feitas pelo ex-diretor do MDH em entrevista aos repórteres Guilherme Amado e Eduardo Barreto, publicada no portal Metrópoles.
Entre as declarações, Pinho afirmou que, ao longo de 2023, a boa relação com Almeida foi dando lugar a conversas mais tensas no gabinete do então ministro, sempre que ele contrariava alguma prática. Segundo o ex-funcionário da pasta, Almeida passou a gritar, xingar e bater no próprio peito e na mesa enquanto se dirigia a ele.
Pinho também citou que, certa vez, o ex-ministro “ficou descontrolado, transtornado” quando mencionou Anielle Franco, que o acusou de assédio sexual. Na ocasião, Almeida teria dito: “Sou ministro de Estado, você é um merda”. O ex-diretor disse ainda que teve medo de ser agredido.
Em outro relato, Pinho conta que, em outra oportunidade, Almeida o chamou em seu gabiente e lhe disse que ele era “incompetente e uma vergonha”. Também teria dado murros na mesa, sido agressivo e se levantado da cadeira para intimidá-lo.
A defesa do ex-ministro, no entanto, rebateu as acusações “sem qualquer lastro que as sustente” e as classificou como “absolutamente inverídicas”. Os advogados alegam que Pinho “não apresentou dados informativos acerca dos fatos, não havendo informações descritivas sobre práticas delitivas, horário, local.
Diz a peça:
“As falsas acusações perpetradas pelo querelado em veículo de comunicação, que embora goze do amplo direito de liberdade de expressão, evidencia-se pela falta de elementos de veracidade e de qualquer apuração devida, razão pela qual tais condutas não podem ser toleradas pelo Estado democrático e merecem a reprovação penal devida”.
Por outro lado, a defesa de Pinho entende que Almeida está escalonando e fazendo o emparedamento de várias pessoas, com o objetivo-fim de chegar à ministra Anielle Franco.
Os advogados Carlos Nicodemos e Rodolfo Xavier afirmam que há uma posição muito firme em relação aos fatos que foram noticiados e que aconteceram no âmbito da gestão do ex-ministro Silvio Almeida, na época à frente do Ministério dos Direitos Humanos.
