Organizações da sociedade civil denunciaram o governo espanhol e “La Liga” por racismo estrutural, após os insultos de torcedores do Valencia contra Vinicius Júnior. A representação foi feita perante o Defensor do Povo, órgão local que fiscaliza a proteção de direitos humanos e fundamentais

Após caso de racismo: Estafe de Vini Jr vê como ‘prematura’ possibilidade de saída do Real Madrid
O documento é assinado pelo Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (CEAP) e pelo Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH). As entidades pedem que seja instaurado um procedimento administrativo para apuração e responsabilização dos atos de racismo e xenofobia, além da omissão do Estado diante dos ataques recorrentes contra o jogador brasileiro.

Os signatários querem ainda que a Federação Espanhola de Futebol seja instada a se manifestar e apresentar medidas que garantam o respeito aos direitos de Vini Jr. nas partidas do Real Madrid.

A denúncia cita que o atleta já foi alvo de ao menos nove episódios anteriores que resultaram em procedimentos abertos por La Liga, sendo três deles arquivados. Os demais ainda estão em curso e não culminaram em qualquer punição aos envolvidos até o momento.
As organizações argumentam que é de responsabilidade estatal tomar medidas para investigar e reparar os danos oriundos da violação de direitos humanos.

Os advogados Carlos Nicodemos, Maria Fernanda Cunha e Gustavo Proença mencionam que o compromisso foi assumido pelo Estado ao endossar tratados internacionais. Diz a representação:
“O Reino da Espanha restou omisso perante os casos de racismo e xenofobia sofridos pelo Vinicius Júnior, o que resultam na própria responsabilidade do Estado espanhol e no seu dever de reparação adequada e plena das violações de direitos”.